Neste sábado 22/07, deu inicio em todas as Igrejas Adventistas do Setimo Dia, a semana de Oração do Ministério Jovem,com a temática: Revolução.A reforma que mudou o Mundo
No primeiro dia, um sábado de adoração, louvor e adoração a Deus, o irmão Geriberto Barbalho,nos transmitiu a mensagem bíblica, ao qual abordou, um pouco a historia de Martinho Lutero e seus dilemas.
A importância da Palavra de Deus (sola scriptura)
PALAVRAS PELAS QUAIS PODEMOS VIVER
Alguns eventos mudam nossa vida. Um acidente de trânsito, por exemplo,
que interrompe todos seus sonhos: de um minuto a outro, todos os planos projetados
para a vida já não valem mais nada; você tem que se reinventar. Nada é
como antes e você se pergunta como será o seu futuro. Isso é exatamente o que
o jovem Lutero experimentou em julho de 1505 enquanto viajava de sua cidade
natal, Mansfeld, para a Universidade de Erfurt. Perto da cidade de Stotternhem,
ele foi apanhado por uma forte tempestade de verão e um raio caiu perto dele.
Ele ficou tão petrificado com esse encontro tão perto da morte que prometeu a
Deus que iria mudar sua vida radicalmente; entraria no monastério e se tornaria
um monge. Foi no monastério que ele conheceu a Bíblia pela primeira vez. A
Palavra de Deus, a “querida Bíblia”, como posteriormente a chamava, se tornou o
fundamento e a norma de sua fé, vida e pregação.
CONTEXTO HISTÓRICO E INTERPRETAÇÃO DA PINTURA
Pouco depois, Martinho Lutero foi enviado para a nova universidade, em Wittenberg,
para ensinar Filosofia e estudar teologia, ao mesmo tempo. Em 1512, ele obteve seu doutorado em Teologia, pela Universidade de Wittenberg. Ele não era
um estudioso recluso que somente se ocupava do estudo. Além de seus deveres
de ensinar na universidade, ele recebeu a responsabilidade de atuar como pastor
na Igreja da Cidade. Portanto, ele estava sempre em contato com muitas pessoas.
Sua congregação compreendia sua pregação e ficava profundamente impressionada
com a forma pela qual ele explicava as Sagradas Escrituras. Esse cenário é
retratado na parte inferior da pintura do Altar da Reforma, onde Lutero está em
pé pregando do púlpito; a Bíblia permanece aberta diante dEle, tendo a mão esquerda
apontada para ela. A mão direita está apontando para Cristo, para o centro
de nossa fé (no centro da pintura). A roupa de Jesus, na cruz, está esvoaçando com
o vento, simbolizando o Espírito Santo por meio de quem as palavras do pregador
recebem autoridade, através de quem o próprio Jesus fala e por meio de quem a
congregação entende. À esquerda do quadro, podemos ver uma parte da congregação,
em Wittenberg. O homem idoso, com barba longa, na parede do fundo é
o próprio pintor, Lucas Cranach, o Velho; a mulher no primeiro plano, com um
lenço vivo, é a esposa de Martinho Lutero, Katharina von Bora; os filhos estão
reunidos ao seu redor. E assim como em uma situação real da igreja, nem todos
sempre estão ouvindo atentamente o sermão, mas observando os demais presentes.
Um jovem está olhando para as jovens; uma delas está cochichando algo para
a outra. Vemos um culto normal da igreja, assim como ocorre hoje.
A pintura com o sermão faz parte do pedestal do altar ou da plataforma. Normalmente,
era aí onde a igreja mantinha suas relíquias sagradas. Porém, elas tinham
cada vez menor valor para Lutero. Por fim, ele as rejeitou como totalmente
inúteis. Antes, sua ênfase estava no verdadeiro tesouro do evangelho que poderia
trazer alívio e paz ao crente: em suas 95 teses, as quais pregou na porta da igreja, e
que desencadeou a Reforma Protestante, ele diz (tese 62): “O verdadeiro tesouro
da Igreja é o santíssimo Evangelho da glória e da graça de Deus”. Os verdadeiros
tesouros não são, portanto, relíquias que podem ser compradas por grandes
somas de dinheiro, mas o Evangelho, as boas novas, a mensagem de que Jesus
Cristo morreu na cruz por nós. Proclamar esse evangelho se tornou o trabalho
da vida de Lutero, como Doutor em Teologia na universidade, como pregador na
Igreja da Cidade, como amigo, como pai e até mesmo como testemunho diante
dos governantes na assembleia imperial.
O GRANDE VALOR DA BÍBLIA PARA MARTINHO LUTERO
A Palavra de Deus, disse Lutero, não é antiquada ou moderna, ela é eterna.
Consequentemente, um de seus slogans era: “Verbum dei manet in aeternum” (“A
palavra de Deus permanece para sempre”, baseado em Isaías 40:6-8, citado em 1
Pedro 1:24-25). Visto que a Palavra de Deus não muda, em contraste com nosso
mundo transitório, não há melhor fundamento sobre o qual construir nossa vida,
independentemente de nossas circunstâncias. Podemos confiar nela. Ela ainda
tem o mesmo poder de quando os profetas foram inspirados a escrevê-la em
nome de Deus. É por isso que vale a pena depositarmos toda nossa confiança
nela. A Palavra de Deus, as Sagradas Escrituras, é suficiente para a vida e para a
morte. Ela era tão importante para Martinho Lutero que, na quarta estrofe do
famoso hino, “Castelo Forte”, ele escreveu o seguinte: “Sim, que a Palavra vencerá,
sabemos com certeza”. Em outras palavras, a Palavra de Deus suplanta toda a
autoridade humana, quer seja reconhecida ou não. E outro hino bem conhecido
de Lutero inicia com as palavras: “Sustenha-nos, Senhor, com Tua palavra”.
Ao estudar a Bíblia, ficou claro para Lutero que as boas novas que Jesus nos
oferece, a salvação como uma dádiva gratuita, se encontra toda na Bíblia. Portanto,
nenhuma tradição da igreja deveria suplantar e mudar o que a Escritura
claramente ensina (sola scriptura).
Essa declaração tão clara provocou a oposição da igreja. Não demorou muito e
o reformador foi acusado de heresia. Quando ele foi intimado a comparecer diante
da assembleia imperial da Dieta de Worms, em 1521, o Imperador Carlos V exigiu
que ele abjurasse as coisas que havia escrito. Lutero não estava preparado para esse
confronto; ele pediu tempo para considerar sua resposta. No dia seguinte, quando
novamente confrontado com a ordem para negar o que havia escrito, respondeu:
“Que se me convençam mediante testemunho das Escrituras e claros argumentos
da razão, porque não acredito nem no Papa nem nos concílios já que está
provado amiúde que estão errados, contradizendo-se a si mesmos - pelos textos
da Sagrada Escritura que citei, estou submetido a minha consciência e unido à
palavra de Deus. Por isto, não posso nem quero retratar-me de nada, porque
fazer algo contra a consciência não é seguro nem saudável. Não posso fazer
outra coisa, esta é a minha posição. Que Deus me ajude!”1
A Palavra de Deus era tão importante para ele, que ele estava preparado para
sofrer as consequências de seu compromisso com a Bíblia. Foi assim que Lutero
se tornou conhecido como o homem das Escrituras. Por séculos, a igreja negara
aos leigos e às mulheres o acesso à Bíblia; agora teve início um grande interesse
pela Bíblia, que estava sendo disponibilizada na língua comum, em vez de no
latim eclesiástico, que somente era compreendido por alguns eruditos.
Assim sendo, parece lógico que Martinho Lutero tenha deixado de pregar em
latim, preferindo, antes, pregar em alemão, a língua comum do povo. Mas isso
não era suficiente. Para Martinho Lutero, o povo também deveria ser capaz de ler
a Bíblia em sua própria língua. Para que isso acontecesse, a Bíblia tinha que ser
traduzida. Uma oportunidade enviada por Deus surgiu quando o Príncipe Frederico,
o sábio, trouxe Martinho Lutero para o Castelo de Wartburg, depois da
Dieta de Worms, para protegê-lo do ódio da igreja e do imperador. Ali, na segurança
do castelo, Lutero se empenhou na imensa tarefa de traduzir a Bíblia. Ele
começou pelo Novo Testamento e, com a ajuda de amigos eruditos, o trabalho foi
logo concluído. Em setembro do ano seguinte, 1522, a primeira edição do assim
chamado “Testamento de Setembro” foi impresso. A Bíblia inteira, em alemão,
foi publicada pela primeira vez em 1534. Lutero continuou fazendo melhorias
em sua tradução, com o propósito de tornar a Palavra de Deus prontamente
acessível e compreensível ao povo comum até sua morte.
SEM A BÍBLIA, VOCÊ NÃO PODE SER CRISTÃO
A “querida Bíblia”, como Lutero a chamava, era tão importante para o reformador
que ele arriscou a vida por ela.
Quanto a Palavra de Deus significa para você?
Quando foi a última vez que você passou tempo com a Bíblia?
Você ainda consegue se lembrar do que leu?
Ou isso foi há tanto tempo que, para ser sincero, você tem que admitir que você
de fato não conhece sua Bíblia? Você tem dificuldades para se engajar nas conversas
sobre os ensinos da Bíblia. Você se assemelha a um adolescente que tem o último
smartphone lançado, mas que não lhe serve para nada porque está sem bateria. A Bíblia pode nos dar muito mais do que apenas o bom sentimento de ter um exemplar
na prateleira, embora, certamente, esse pode ser o primeiro passo na direção
certa. Mas a Bíblia se destina a ser lida e ouvida; Deus deseja falar com você através
de Sua Palavra. Você precisa se familiarizar com ela. É a carta de Deus para você.
Somente então ela se tornará o que deve ser para você: a Palavra pessoal de Deus.
NOSSA HERANÇA
A Palavra de Deus, diz o profeta Jeremias (23:29), é tão poderosa que pode
até despedaçar rochas. Ela penetra profundamente em nosso interior (Hebreus
4:12). Mas, acima de tudo, ela transformará nossa vida. Quer você acredite ou não,
se você passar tempo explorando a Bíblia, você será transformado! Você entra na
esfera da poderosa influência de Deus, que se torna uma fonte de força para nossa
vida diária. Quando lemos e estudamos Sua Palavra, Deus vai nos mostrar o que
mais precisamos conhecer: Jesus, o caminho, a verdade e a vida. Ele nos levará a
abraçar a vida eterna e a experimentar a nova vida da santidade. É por isso que é
importante ter sempre uma Bíblia pequena com você. Nesta era da tecnologia, é
também possível ter a Bíblia em um aplicativo no seu celular. Desafio para cada
jovem: memorizar a Bíblia. Faça isso em seu próprio ritmo. Registre todos os
versos que você consegue dizer de memória. Busque aumentar o número de versos
decorados, a cada mês. Chegará o tempo (em breve) que estaremos diante de
tribunais para testemunhar. As bíblias terão sido tiradas de nós, mas temos a confiança
de que o Espírito Santo trará à nossa memória o que fielmente estudamos.
Em seu primeiro pequeno livro chamado Primeiros Escritos, a jovem Ellen White
escreveu: “Recomendo-vos, caro leitor, a Palavra de Deus!” Esse conselho surgiu
de sua própria experiência de leitura da Bíblia que impactou e informou toda sua
vida. Ela foi uma mulher das Escrituras que viveu com a Bíblia, amou a Bíblia e leu
a Palavra de Deus todos os dias. Para ela, a Bíblia era uma verdadeira fonte de vida,
assim como o foi para Lutero e, esperamos, que também seja para você.
Nosso legado: “As Escrituras Sagradas, o Antigo e o Novo Testamentos, são a
Palavra de Deus escrita, dada por inspiração divina. Os autores inspirados falaram
e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo. Nesta Palavra, Deus transmitiu
à humanidade o conhecimento necessário para a salvação. As Escrituras
22 SEMANA JOVEM 2017 23
Sagradas são a revelação infalível, suprema e repleta de autoridade de sua vontade.
Constituem o padrão de caráter, a prova da experiência, o revelador definitivo de
doutrinas e o registro fidedigno dos atos de Deus na história (Sl 119:105; Pv 30:5,
6; Is 8:20; Jo 17:17; 1Ts 2:13; 2Tm 3:16, 17; Hb 4:12; 2Pe 1:20, 21)”.
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