domingo, 20 de novembro de 2016

CONHEÇA MELHOR

ANTES DE DIVULGAR TEORIAS, ESPALHAR VERSÕES, POSTAR VÍDEOS, ACREDITAR EM CONSPIRAÇÕES E CONSTRUIR CONCEITOS, ANALISE E VEJA SE ELES TÊM FUNDAMENTO

“Porque você transferiu nosso pastor?” Assim começou a conversa com um ancião que eu (Erton Köhler) havia acabado de conhecer. Fiquei surpreso porque não tinha nenhum contato com a igreja nem com o pastor que ele havia mencionado.Depois   de algumas explicações , entendi que o mal-estar havia sido criado por uma informação de que a transferência fora feita por orientação direta do presidente da Divisão Sul-Americana.Durante a conversa, tive a oportunidade de explicar como funcionam as transferências de pastores e quem toma essas decisões.Foi interessante observar como as pessoas aceitam muitas conversas como verdade e tiram conclusões  sobre determinados assuntos sem conhecer melhor a realidade.

Lembrei-me desse fato durante o concilio anual da Associação Geral, realizado no inicio de outubro. Entre os vários temas complexos e estratégicos analisados nessas reuniões,discutimos neste ano o caso de instituições que atuam em desacordo com nossas crenças fundamentais,regulamentos e votos.O tema é vital para manter a unidade da igreja mundial,mas provoca fortes reações.Através  das  redes sociais, mensagens ,perguntas, artigos e conversas, é possível observar como algumas pessoas discutem questões  complexas de forma impulsiva ,apaixonada e com base em informações  que não são reais.“É necessário ter coragem para sentar-se e ouvir.”

É incrível observar como surgem afirmações sobre fatos que nunca aconteceram, artigos com base em comentários de terceiros, acusações e duras criticas “fundamentadas” em suposições. São iniciativas de pessoas que não tem ideia de quanto é complexo encontrar soluções,manter a igreja unida e fiel, sem ferir pessoas, culturas e instituições.Não sabem quantos dias e horas são gastos em reunião,decisão e oração em busca da vontade de Deus  para essa situação.

Não é fácil tomar decisões que envolvem uma igreja tão grande, que batiza uma pessoa a cada 25 segundos, planta uma nova igreja a cada 3,2 horas, está passando dos 19 milhões de membros e tem presença em mais de 200 países. São muitas culturas,opiniões, preocupação, riscos e princípios avaliados antes de chegar a uma conclusão.É complexo demais decidir e também simples demais fazer comentários com base em  “ouvi dizer”, “fiquei sabendo”, “assisti a um vídeo”. “Numa época como esta, acendamos uma vela em vez de amaldiçoar a escuridão”, recomenda o Dr. William Johnson, que por anos foi editor da Revista Adventista em inglês.

Em assuntos complexos, é preciso conhecer melhor antes de emitir opiniões, construir conceitos, produzir conteúdo, gravar vídeos, promover reuniões ou influenciar pessoas. O conselho de Paulo continua atual: “Portanto,nada julgueis antes do tempo” (1Co 4:5).Lembre-se de que  “um sábio fala porque tem alguma coisa a dizer;o tolo , porque tem que dizer alguma coisa” (Platão)

A questão é ainda mais ampla. Observe como aparecem vídeos na internet sobre temas proféticos e depois se descobre que eram apenas especulações; “documentos” são compartilhados como sendo sinais iminentes do fim e posteriormente se descobre que são forjados; programas com “especialistas” em novas interpretações proféticas são promovidos e logo se mostram irreais. Quanta suposição dividindo igrejas ou desviando pessoas! Por que não reconhece melhor e ter prudência antes de dar ouvidos a todas essas coisas que parecem reavivar a igreja, mas no fim acabam promovendo mais incredulidade?

Em nossa jornada como família Adventista, precisamos cultivar prudência, conhecer mais, ter profundidade, ir à fonte, entender o contexto e saber o que realmente é verdade antes de nos manifestarmos. Só alcançaremos esse ideal se avançarmos com os joelhos no chão e a Bíblia nas mãos, na certeza de que “nossos grandes desafios sempre precedem nossos maiores milagres” (Mark Finley).Que sua fé esteja firmada em Deus e na palavra , não em boatos!
                                                                                                                                            Erton Köhler
                                                               
                                                               Fonte: Revista Adventista, mês Novembro 2016, pág. 05.

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