ANTES
DE DIVULGAR TEORIAS, ESPALHAR VERSÕES, POSTAR VÍDEOS, ACREDITAR EM CONSPIRAÇÕES E CONSTRUIR CONCEITOS, ANALISE E VEJA SE ELES TÊM FUNDAMENTO
“Porque você transferiu nosso
pastor?” Assim começou a conversa com um ancião que eu (Erton Köhler) havia acabado de conhecer. Fiquei
surpreso porque não tinha nenhum contato com a igreja nem com o pastor que ele
havia mencionado.Depois de algumas
explicações , entendi que o mal-estar havia sido criado por uma informação de
que a transferência fora feita por orientação direta do presidente da Divisão Sul-Americana.Durante a conversa, tive a oportunidade de explicar como
funcionam as transferências de pastores e quem toma essas decisões.Foi interessante
observar como as pessoas aceitam muitas conversas como verdade e tiram
conclusões sobre determinados assuntos
sem conhecer melhor a realidade.
Lembrei-me
desse fato durante o concilio anual da Associação Geral, realizado no inicio de
outubro. Entre os vários temas complexos e estratégicos analisados nessas
reuniões,discutimos neste ano o caso de instituições que atuam em desacordo com
nossas crenças fundamentais,regulamentos e votos.O tema é vital para manter a
unidade da igreja mundial,mas provoca fortes reações.Através das
redes sociais, mensagens ,perguntas, artigos e conversas, é possível
observar como algumas pessoas discutem questões
complexas de forma impulsiva ,apaixonada e com base em informações que não são reais.“É necessário ter coragem
para sentar-se e ouvir.”
É incrível observar
como surgem afirmações sobre fatos que nunca aconteceram, artigos com base em comentários
de terceiros, acusações e duras criticas “fundamentadas” em suposições. São
iniciativas de pessoas que não tem ideia de quanto é complexo encontrar soluções,manter
a igreja unida e fiel, sem ferir pessoas, culturas e instituições.Não sabem
quantos dias e horas são gastos em reunião,decisão e oração em busca da vontade
de Deus para essa situação.
Não é fácil
tomar decisões que envolvem uma igreja tão grande, que batiza uma pessoa a cada
25 segundos, planta uma nova igreja a cada 3,2 horas, está passando dos 19 milhões
de membros e tem presença em mais de 200 países. São muitas culturas,opiniões,
preocupação, riscos e princípios avaliados antes de chegar a uma conclusão.É complexo
demais decidir e também simples demais fazer comentários com base em “ouvi dizer”, “fiquei sabendo”, “assisti a um
vídeo”. “Numa época como esta, acendamos uma vela em vez de amaldiçoar a
escuridão”, recomenda o Dr. William Johnson, que por anos foi editor da Revista
Adventista em inglês.
Em assuntos complexos,
é preciso conhecer melhor antes de emitir opiniões, construir conceitos, produzir
conteúdo, gravar vídeos, promover reuniões ou influenciar pessoas. O conselho
de Paulo continua atual: “Portanto,nada julgueis antes do tempo” (1Co
4:5).Lembre-se de que “um sábio fala
porque tem alguma coisa a dizer;o tolo , porque tem que dizer alguma coisa”
(Platão)
A questão é
ainda mais ampla. Observe como aparecem vídeos na internet sobre temas proféticos
e depois se descobre que eram apenas especulações; “documentos” são
compartilhados como sendo sinais iminentes do fim e posteriormente se descobre
que são forjados; programas com “especialistas” em novas interpretações proféticas
são promovidos e logo se mostram irreais. Quanta suposição dividindo igrejas ou
desviando pessoas! Por que não reconhece melhor e ter prudência antes de dar
ouvidos a todas essas coisas que parecem reavivar a igreja, mas no fim acabam
promovendo mais incredulidade?
Em nossa
jornada como família Adventista, precisamos cultivar prudência, conhecer mais,
ter profundidade, ir à fonte, entender o contexto e saber o que realmente é verdade
antes de nos manifestarmos. Só alcançaremos esse ideal se avançarmos com os
joelhos no chão e a Bíblia nas mãos, na certeza de que “nossos grandes desafios
sempre precedem nossos maiores milagres” (Mark Finley).Que sua fé esteja
firmada em Deus e na palavra , não em boatos!
Fonte:
Revista Adventista, mês Novembro 2016, pág. 05.